Governo federal coloca no ar campanhas preventivas para o período de carnaval
Para reforçar o uso da camisinha pelos homens e mulheres e alertar sobre as medidas de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, e ainda prevenir acidentes de trânsito e promover o aumento dos bancos de sangue durante o Carnaval, o governo federal está produzindo diversas campanhas de comunicação. Elas serão veiculadas em emissoras de rádio e televisão e expostas em banners, outdoors, camisetas, leques e panfletos nos principais pontos de circulação dos foliões do país de hoje (25/2) até quarta-feira de cinzas, quando termina o feriadão.
A partir da tarde desta sexta-feira (25/2) começam a ser veiculados filmes na TV e internet para prevenir os jovens contra as DST/aids, dia em que também será iniciada a campanha de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Na segunda-feira (28/2) o Instituto Nacional de Câncer (Inca) dá início às ações para aumentar o número de doadores de sangue no Rio de Janeiro. Já as campanhas de trânsito e em comemoração pelo Dia da Mulher estão previstas para a terça-feira (1º/3) e serão divulgadas mais adiante pelo Blog do Planalto.
A campanha contra a aids, hepatites e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST) é focada nos jovens entre 15 e 24 anos, principalmente nas mulheres de baixa renda. A ideia é que as mulheres incorporem a camisinha como uma peça do cotidiano e incentivem o parceiro a usá-la. O lançamento aconteceu hoje, no Rio, na quadra da escola de samba Salgueiro, com a presença de representantes do grupo Reginho e Banda Surpresa, autor do sucesso “Minha mulher não deixa não”, a música que será usada nos filmes da campanha. Durante o evento, foram realizados testes rápidos de aids, para demonstrar ao público como o procedimento é rápido e seguro, com um simples furo no dedo.
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o diagnóstico precoce é fundamental: “eu acredito que nós temos uma estabilidade da epidemia, mas ainda há um número importante de óbitos. Então, o diagnóstico precoce do HIV e aids é fundamental no tratamento. Diagnosticar a doença o mais cedo possível vai ser nossa grande prioridade ao longo desses quatro anos.”
Alinhada com o Dia Internacional da Mulher, a campanha será dividida em três filmes, que serão transmitidos pela TV e internet em momentos distintos. No primeiro, antes do carnaval -- de hoje até a próxima sexta-feira -, um grupo de amigas lembra a importância de ter a camisinha. No segundo, durante a festa (de 5/3 a 8/3), elas reforçam o uso do preservativo na hora da relação. Na veiculação do terceiro filme (de quarta-feira de cinzas até 20/3), o mesmo grupo de meninas se encontra depois da folia e orienta quem fez sexo desprotegido a realizar o teste de aids. Além dos filmes, também serão utilizados cartazes, outdoors e camisetas, entre outras peças.
A elaboração da campanha tomou como base os dados do Boletim Epidemiológico 2010, do Ministério da Saúde, que apontam que o número de casos de aids na faixa etária de 13 a 19 anos é maior entre as mulheres: oito casos em meninos para cada dez em meninas. Nas demais faixas de idade o número de casos ainda é maior entre os homens. De 1980 até junho de 2010, o número de casos registrados entre homens e mulheres jovens de 13 a 19 anos é de 12.693.
Em relação ao uso da camisinha, a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP -- 2008) mostra que, entre jovens de 15 a 24 anos, as meninas estão mais vulneráveis ao HIV. Em todas as situações, os meninos usam mais preservativo do que elas. Na última relação sexual com parceiro casual, o percentual de uso da camisinha entre as meninas é consideravelmente mais baixo (49,7%) do que entre os meninos (76,8%). Quando o relacionamento se torna fixo, apenas 25,1% delas utilizam a camisinha com regularidade; entre eles, o percentual é de 36,4%.
Combate à violência sexual contra crianças e adolescentes
Também no Rio, hoje à tarde, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário, lança uma nova campanha de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. O evento acontece no Aeroporto Santos Dumont, com a presença de Xuxa Meneghel, autoridades do governo e entidades parceiras, momento em que serão apresentadas as peças e o conceito da campanha, de abrangência nacional.
Com o slogan: “Tem coisas que não dá para fingir que não vê. Violência sexual contra crianças e adolescentes é crime. Denuncie. A bola está com você”, as ações de comunicação vão estar em blocos de carnaval e aeroportos, para reforçar o Disque Direitos Humanos (Disque 100), um serviço gratuito que funciona 24h nos sete dias da semana para receber denúncias.
Segundo a SDH, o aumento do número de denúncias no período do carnaval, nos últimos cinco anos, comprova a eficácia da realização desse tipo de campanha. Com a divulgação contínua, o serviço passou a ser mais conhecido e mais utilizado pelos municípios. Em 2006, por exemplo, foram registradas denúncias de 882 municípios, enquanto que 4.886 cidades brasileiras usaram o serviço no ano passado. Pelo balanço da SDH, de maio de 2003 a dezembro de 2010 o Disque 100 já realizou um total de 2, 5 milhões de atendimentos e encaminhou mais de 145 mil denúncias de todo o país, atendendo a 89% dos municípios brasileiros.
Além das campanhas de mobilização, a SDH também é responsável por diversas outras ações que fazem parte do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, criado em 2002. Além da gestão do Disque 100, a equipe também trabalha na sistematização de dados e informações, no apoio às redes e comitês de enfrentamento da violência sexual, e a na disseminação de boas práticas em todo o país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário