ANOMALIA RARA   
Garoto hermafrodita precisa de apoio médico
O hermafroditismo é uma anomalia genética rara, que atinge uma criança a cada 14.500 nascimentos de bebês
Sobral.  Uma mãe, agricultora, moradora da Serra do Jordão, neste Município, vem  enfrentando barreiras para efetivar uma cirurgia reparadora em seu  filho M.S.S, de cinco anos, que nasceu com uma anomalia no aparelho  reprodutor conhecida como hermafroditismo. A mãe, cuja identidade está  sendo preservada, afirma que o caso do filho está sendo acompanhado por  uma equipe do Programa Saúde da Família, e já viajou por diversas vezes  para Fortaleza, com a esperança de realizar uma das operações. Trata-se  da correção de epsipádia, que nesta fase resulta na obstrução do trato  urinário aumentando o risco de infecções.
De acordo Antônia  Pereira, que assiste a criança na creche José Adarias Vasconcelos,  naquele distrito, o garoto, devido à ocorrência, tem dificuldade em  avançar nos estudos. Aluno do 5º Ano Infantil, ainda não aprendeu a ler  nem escrever. O garoto estuda no período da tarde e pela manhã retorna à  creche onde tem aula de reforço. "Ele tem dificuldade em reconhecer as  letras do alfabeto. O ano letivo está acabando e nós temos que fazer com  que ele aprenda a ler o mais rápido possível", disse Antônia. Ela  acrescenta que outra dificuldade em manter a criança no grupo é muito  grande devido ao avanço da epsipádia. "Ele vive constantemente se  urinando e o mau cheiro começa a incomodar os coleguinhas", revela. A  situação é controlada com o uso de fraldas descartáveis.
A  Medicina trata o caso como um problema de origem genética. São anomalias  raras que tornam os genitais ambíguos e difíceis de serem  diferenciados. A mais comum delas, que atinge uma criança a cada 14.500  nascimentos, faz as meninas apresentarem uma masculinização no genital  interno. Nos meninos, não provoca alteração na genitália externa, mas  pode adiantar o processo da puberdade. Apesar de os pais perceberem algo  de estranho no bebê, é comum o diagnóstico ser feito tardiamente,  devido à falta de experiência dos médicos com esse tipo de distúrbio. "A  minha nora só notou algo estranho no meu neto quando chegou em casa",  disse Francisca das Chagas Silva, avó do menino.
Na escola também  o problema só foi descoberto quando as professoras precisaram fazer o  asseio da criança. "Ele chegou aqui com três anos de idade, trazido pela  mãe, que não falou nada sobre o seu filho",comentou Antonia Pereira.
Segundo  uma das enfermeiras do posto de saúde da localidade de Jordão, o caso  do menino tem todo acompanhamento do município e as cirurgias devem ser  feitas no Hospital Infantil Albert Sabin, na Capital. "Eles alegam que  falta vaga para internar o menino e iniciar as cirurgias. Acho que eles  não estão dando a atenção devida", enfatiza a avó do garoto, ao mesmo  tempo em que lamenta que o pai do seu neto seja alcoólatra e pouco tem  ajudado a mãe no tratamento do filho, o segundo do casal.
Wilson GomesColaborador
Fonte: Diário do Nordeste.
 
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