quarta-feira, 27 de abril de 2011


Pais reclamam de demora em atendimento

 infantil em rede de hospitais cobertos por

 planos de saúde


A dificuldade de atendimento não é só para quem procura o sistema público de saúde. Durante o período chuvoso, quando muitas doenças começam a se proliferar, pais e filhos precisam enfrentar enormes filas para conseguir consulta na rede particular. A demanda aumenta e as emergências não suportam a procura. Na manhã de ontem, o Jornal "O Povo", de Fortaleza,conversou com pais que buscaram atendimento em quatro emergências infantis da Capital. Apesar da terça-feira tranquila, segundo relatos, eles não deixaram de reclamar da lentidão na hora de conseguir atendimento.

“Já chegamos a ficar seis horas esperando”, contou o professor Marco Aurélio Jarreta, 28, criticando a demora no atendimento do Hospital Infantil Luís França, na avenida Heráclito Graça. Ontem, ele e a esposa, Ana Lúcia Ferreira, 38, preferiram levar a pequena Mariana, de 1 ano, ao Hospital da Criança, no Montese. “Ela está com dengue. Estamos fazendo o acompanhamento. Quando precisei da emergência daqui, nunca tive problemas. A gente espera, no máximo, duas horas”, disse Ana.

Lá, na manhã de ontem, as crianças aguardavam cerca de uma hora e meia para receber atendimento. Mesmo assim, poucos pais se aborreceram com a espera. “Eu sei que nesse período é complicado. Tem muitas crianças doentes. Mas tem lugar que a gente espera bem mais”, disse a agente administrativa Anne do Nascimento, 40, que levou a filha Amanda, 5, com tosse e dor de garganta à emergência. Apesar de reclamações de dias anteriores, ontem o movimento no Hospital Infantil Luís França estava tranquilo. Os pequenos aguardavam cerca de meia hora para ser atendidos.

“A primeira vez que vim foi o caos. Mas hoje tem pouca criança”, disse a diagramadora Andréa Rodrigues, 30, depois de levar Isabele, 3, para uma consulta de emergência. A mãe teve de correr para o hospital com a filha, por causa de uma recaída da pneumonia. No Hospital Regional Unimed, a situação era parecida. Pais que saíam da unidade relatavam o pouco número de crianças sendo atendidas. Apesar das descrições de outros dias de lotação, todos ressaltaram a tranquilidade de ontem.

“Fomos atendidas rapidamente e encaminhadas à traumatologia”, disse a professora Cirluce Ribeiro, 36, mãe de Thainá, 9. Já no Hospital Antônio Prudente (HAP), o quadro encontrado de aparente tranquilidade foi quebrado, em muitos instantes, por pais que traziam à equipe do O POVO histórias de frustração quanto à procura por atendimentos rápidos e eficientes. “Está calmo o movimento hoje (ontem), mas tem muitas crianças esperando. Podia ter mais médicos, mais enfermeiros”, sugeriu a dona de casa Girlene Câmara, 27, mãe de Marcos, 3.
Por quê

ENTENDA A NOTÍCIA

No período chuvoso, infecções respiratórias e viroses gastrointestinais costumam atingir as crianças. Isso aumenta o movimento nas emergências pediátricas particulares, deixando o atendimento demorado.
PRINCIPAIS DOENÇAS
Resfriado, pneumonia, viroses gastrointestinais e dengue
SINAIS DE ALERTA
Quando os pais devem procurar atendimento médico?

Se a criança apresentar febre por 48 horas;

Em caso de tosse, dificuldade para respirar ou aumento da frequência respiratória;


Se vomitar os medicamentos e/ou apresentar sinais de desidratação, como olhos fundos, pouca saliva e diminuição da quantidade de urina.
PREVENÇÃO

Lave cuidadosamente as mãos das crianças, principalmente após utilização do banheiro e antes da alimentação.

Evite que elas permaneçam em ambientes aglomerados. Se a criança pegar chuva, assim que puder, troque a roupa molhada.

Se a criança estiver com infecção respiratória ou gastrointestinal, evite levá-la à escola para que a doença não se prolifere.
Fonte: Regina Portela, pediatra e presidente da Sociedade Cearense de Pediatria; Sidneuma Melo Ventura, pediatra
Gabriela Meneses
gabrielameneses@opovo.com.br
Sara Rebeca Aguiar
sararebeca@opovo.com.br

Extraído do www.opovo.com.br

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