quinta-feira, 21 de outubro de 2010

É Notícia: Frentistas de todo o Brasil se engajam no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes

As crianças e os adolescentes ganharam novos aliados na luta contra o combate à exploração sexual. Frentistas e caminhoneiros de todo o Brasil adotaram a causa e estão atuando como agentes de transformação social. Ontem, em Fortaleza, o Posto São Cristóvão foi o local onde aconteceu a grande mobilização dos trabalhadores.



A ideia da ação, conduzida pelo Sest/Senat desde 2004, é conscientizar e mobilizar os caminhoneiros por meio da abordagem realizada pelos frentistas, que entregarão revistas educativas e darão orientações para esclarecer os motoristas sobre o problema, apresentando os riscos e a melhor maneira de contribuir para o seu fim.

Segundo a Delegacia de Combate aos Crimes de Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa), até setembro deste ano, 21 processos foram instaurados com relação a esse tipo de crime, representando um aumento considerável quando comparado aos dados obtidos em 2009, já que foram abertos apenas 16 inquéritos.

Uma das escrivãs da Dececa informou, contudo, que esse crescimento não é motivado pelo número de denúncias ou flagrantes, mas sim pelo aumento do quadro funcional da delegacia, que permitiu maior agilidade ao trabalho. No local, ainda há processos de 2006. "Investigar os casos de exploração é muito complicado. É uma vítima que não se considera vítima. Só conseguimos saber do problema por meio das denúncias ou dos flagrantes efetuados pela Polícia", afirma a escrivã, que preferiu não se identificar.

De acordo com Cely Dias, coordenadora de Promoção Social do Sest/Senat, o projeto de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes 2010 visa selecionar 30 agentes de transformação social para darem continuidade ao trabalho de conscientização; buscar a adesão de 140 postos; e levar a campanha ao conhecimento de 300 mil pessoas.

Cartazes

Há 11 anos, o frentista João Simião trabalha no ofício, dessa forma, segundo ele, já viu muita coisa errada envolvendo crianças e adolescentes na beira da estrada. Mas, com o objetivo de mudar esse triste quadro, ele resolveu ser um dos voluntários do Projeto de Combate à Exploração. "Antes, eu via somente os cartazes e não participava. Agora, quero lutar pela causa e fazer um bom trabalho. Acho que todos os postos de combustíveis deveriam se envolver".

O caminhoneiro Agostinho Saraiva, 65 anos de idade e 32 de profissão, disse ser revoltado com o problema e comentou o fato de os colegas de trabalho "pegarem" meninas menores de idade em estados do Nordeste e as abandonarem nas regiões Sul e Sudeste. "Acho muito importante esse trabalho de conscientização, pois nós estamos nas estradas todos os dias e podemos passar adiante essas informações", comentou.

Extraído do www.diariodonordeste.com.br

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