Número de menores internados nas unidades
de correção cresce 4,5% no País
O número de menores internados cumprindo pena por terem cometido algum tipo de crime tem crescido no Brasil. No final de 2010, o país tinha 18.107 adolescentes internados, alta de 4,5% em relação a 2009. Desses, 17.703 cumpriam decisão judicial de internação, internação provisória ou estavam em semiliberdade. Outros 404 estavam internados por outros motivos aguardando decisão judicial sobre o caso.
O levantamento foi feito pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos. De acordo com a secretaria, no total, o Brasil fechou 2010 com 58.764 adolescentes cumprindo medida socioeducativa.
O Estado de São Paulo lidera em número de internações. Foram 7.074 em 2010, quase um terço do total do País. Em seguida vem os estados de Pernambuco, com 1.474 adolescentes, e Paraná, com 1.092.
A grande maioria dos adolescentes internados são meninos. O relatório da Secretaria de Direitos Humanos revela que do total de internações apenas 5% ou 915 são meninas. São Paulo novamente tem o maior número, 321. Em seguida vem Pernambuco com 106.
O gerente da Udam (União de Amigos do Menor), que administra a Casa Escola de Rio Claro, confirma o aumento do número de menores internados. Segundo ele, isso não acontece na unidade local que tem conseguido manter o mesmo número de atendimentos: 56.
Para ele, uma possível solução para o problema seria maior investimento na prevenção. Isso seria feito através do fortalecimento da rede socioassistencial, além de trabalhar no combate à drogadição, consumismo exagerado da sociedade, permissividade das famílias, falta de religião, entre outros fatores que fomentam a criminalidade.
O promotor da Infância e Juventude de Rio Claro, Gilberto Porto Camargo, também afirma ter percebido o aumento da criminalidade entre menores, que quadruplicou no último ano. Conforme ele, os principais fatores que contribuem para isso são as drogas, a desigualdade social e problemas de saúde.
O promotor conta que 90% dos crimes cometidos por menores são decorrentes das drogas, seja por tráfico ou uso. Os problemas sociais também são influencia à medida em que crescem as desigualdades sociais.
Para ele, para resolver o problema, teria que haver uma mudança estrutural. "A mudança tem que ser governamental e não apenas repressiva", comenta. Camargo reconhece que o governo local tem promovido grandes avanços na área social, mas é preciso investir pesado na prevenção para eliminar o problema.
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