Car@s,
Hoje dia 13 de julho o Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) completará 21 anos.
Divisor de águas no tratamento
de crianças e adolescentes, que passaram a ser vistos como
sujeito de direitos, o ECA
possibilitou a criação dos
conselhos de direitos e tutelares, delegacias e promotorias especializadas e tantas
outras esferas de controle
social, promoção e defesa
dos direitos de meninos e
meninas.
Na lista dos avanços nessas
duas décadas estão a
implementação do Sistema
Nacional de Atendimento
Sócio-Educativo; do Plano
Nacional de Convivência
Familiar e Comunitária; do
Plano Nacional de Adoção,
que impôs novos olhares e metodologias para o
acolhimento. O Programa de Erradicação do Trabalho
Infantil foi um passo certo
contra as mais bárbaras
formas de trabalho impostas
aos meninas e meninos.
Também mostram bons
resultados as campanhas
envolvendo a sociedade
contra a violência e a
implantação do Disque
Direitos Humanos (100).
Enquanto a legislação
avançou, a implementação
e o cumprimento total do
ECA ainda é um sonho.
O Brasil convive com graves
violações de direitos nas
unidades de internação socioeducativa. Falta
orçamento para a
formulação de políticas
públicas direcionadas.
É preciso garantir educação,
direito à convivência familiar e comunitária, proteção contra exploração sexual e pedofilia.
E, o protagonismo de crianças
e adolescentes, está longe de
ser o que foi previsto no Estatuto.
O ECA completa 21 anos no
momento da finalização da
Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e
Adolescentes, tema da
9ª Conferência Nacional.
Momento ideal para repensar
de que forma podemos fazer
cumprir o tratamento prioritário
à criança e ao adolescente, determinado pela Constituição Federal. Daqui a exato um
ano, quando será realizada
a 9ª Conferência Nacional,
quantos dos desafios
impostos hoje já terão sido
vencidos e quais ainda serão desafiadores?
Oferecer atenção diferenciada a crianças e adolescentes
quando envolvidas em atos infracionais está previsto
no ECA, mas ainda é uma parte da legislação que
está longe de ser cumprida. Levantamento Nacional
do Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em
Conflito com a Lei, divulgado nesta semana, aponta
ocorrências de graves violações de direitos nas unidades
de atendimento, como ameaça à integridade física,
violência psicológica, maus-tratos e tortura, além de
negligência relacionada ao estado de saúde dos
adolescentes. Há ainda denúncias de jovens privados
de liberdade em locais inadequados, como delegacias,
presídios e cadeias. A estrutura das unidades continua
precária. Estados como Ceará, Paraíba e Pernambuco
apresentam superlotação. Apesar do ECA prever
atendimento socioeducativo em meio aberto como
medida prioritária ao adolescente envolvido no ato
infracional, a maioria dos municípios não oferecem
esse atendimento. Outro fator agravante é a
ausência de vagas em unidades de semiliberdade.
Ao comentar os dados do Levantamento,
a vice-presidente do CONANDA, Miriam dos Santos,
afirmou que o aumento no índice de adolescentes
cumprindo medida de restrição de liberdade se dá
por uma série de fatores que passam pela atuação
punitiva, coercitiva e menorista dos juízes, a
fragilidade no atendimento dos CREAS até a falta
de acompanhamento dos responsáveis por seus
adolescentes e da omissão de setores sociais como
a escola, que encontra dificuldades em acompanhar
a vivência atual da juventude. Para ela é preciso
construir ambientes mais adequados, com foco na
educação, para receber indivíduos em formação, como
são os adolescentes.
A quantidade de mortes de crianças indígenas por
desassistência subiu 513% em 2010 em relação
ao ano anterior. Os dados são do Cimi
(Conselho Indigenista Missionário). Segundo o
relatório anual "Violência contra os Povos Indígenas no
Brasil", 92 crianças menores de cinco anos
morreram de doenças facilmente tratáveis em
áreas indígenas no país, contra 15 em 2009.
Dois episódios puxam a cifra: as 19 mortes
ocorridas no vale do Javari (AM), sendo 5
por água contaminada durante uma estiagem e
14 por falta de assistência médica em casos de
malária e hepatite; e 61 mortes por doenças
infecciosas, respiratórias e desnutrição em uma
única terra indígena xavante no município de
Campinápolis (MT).
A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta semana,
o Projeto de Lei que dispõe sobre a organização
da Assistência Social e insitui legalmente o Sistema
Único de Assistência Social (SUAS). O projeto é de
autoria do Executivo e foi aprovado pelo Congresso
Nacional no dia 8 de junho. Em discurso no evento
da sanção, Dilma Rousseff falou sobre a integração
entre o SUAS e o recém-lançado Brasil sem Miséria.
“O sistema será determinante para o êxito do Plano
Brasil Sem Miséria, pois sua estrutura será a base
da busca ativa das famílias para inclusão no Cadastro
Único de Programas Sociais e no encaminhamento
das ações do plano”, afirmou.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mais
de 500 crianças foram adotadas pelo Cadastro
Nacional de Adoção (CNA) desde sua implementação
em 2008. O levantamento aponta que atualmente
existe 4.685 crianças cadastradas e 27.052
interessados em adotar. O número descrepante se
deve, principalmente, pelo perfil desejado pelos
adotantes, que continua sendo bem diferente do
disponível. Apenas 8.834 dos pretendentes
inscritos aceitam adotar uma criança negra,
enquanto 24.659 declararam aceitar
crianças brancas.
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a
Prefeitura de São Paulo cumpra o dever de oferecer
creche e pré-escola a todas as crianças menores de
5 anos da capital. O ministro Celso de Mello lembrou
que a Educação infantil é um direito constitucional e
atribuiu ao "descaso com os direitos básicos" do
cidadão e à "incapacidade" de gerir os recursos
públicos o fato de as vagas em creches não terem
sido criadas em número suficiente.
A Secretaria de Estado de Saúde e o Tribunal de Justiça
de Minas Gerais assinaram um Acordo de Cooperação
Técnica e Financeira para custear e apoiar o programa
de realização de exames de DNA em escolas. A intenção
é garantir às crianças matriculadas em escolas públicas
o direito de conhecerem a identidade de seus pais.
Somente em Belo Horizonte, estima-se que 43.700
alunos não tenham o nome do pai em seus documentos.
Obrigada a aumentar o controle de crimes praticados na
rede social Orkut, a empresa Google Brasil tem 120 dias
para evitar que os usuários criem ou mantenham perfis,
comunidades ou páginas dedicadas à pornografia
infantil. Segundo indicadores da Central Nacional de
Denúncias, da SaferNet Brasil, somente no primeiro
trimestre de 2011, do total de 8852 denúncias recebidas,
3399 são relacionadas à pornografia infantil, 1378 destas
provenientes do Orkut. Com a decisão, a empresa será
obrigada a criar "sistemas aptos a identificar existência
de perfis, comunidades ou páginas dedicados à
pedofilia" e à apologia ao crime. O descumprimento
da determinação judicial corresponde a uma multa
diária no valor de R$ 50 mil.
Diferenciar formas de manifestação artística e trabalho
infantil. Essa foi a defesa apresentada pela
advogada trabalhista e mestranda da USP,
Sandra Regina Cavalcante, ao Fórum Nacional de
Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI).
Para a advogada, é importante perceber que a
exploração por parte de adultos da expressão
artística de uma criança configura trabalho infantil,
assim como trabalhos perigosos e insalubres,
mas deixar claro que há dinâmicas diferenciadas
entre as modalidades de trabalho, o que exige
maneiras diversas de enfrentamento do problema.
Acessibilidade no Portal
O
Portal Direitos da Criança e do Adolescente recebeu,
da Organização Acessibilidade Brasil, o Selo de
Aprovação de Site Acessível. O selo só é dado aos
órgãos e instituições que possuem página na web
com estrutura e conteúdo que permitem o acesso
fácil de pessoas portadoras de necessidades especiais.
Para obter o selo, os sites devem ser criados levando-se
em conta algumas situações e características de usuários,
tais como dificuldade para ler, incapacidade para usar
teclado ou mouse e ligação muito lenta para a internet.
A análise é feita usando as regras de acessibilidade do
WCAG e E-GOV. O Portal permitem transformar a leitura
do conteúdo do site em voz possibilitando o acesso aos
deficientes auditivos
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