domingo, 10 de julho de 2011

Empresa vendia sexo na Amazônia, diz Polícia Federal

Uma empresa de turismo norte-americana 
que organizou excursões pesqueiras na 
Amazônia está sendo investigada sob 
suspeita de explorar o turismo sexual 
no Brasil. 
 
A Wet-A-Line Tours é alvo de um 
processo no Estado da Geórgia, 
segundo reportagem publicada ontem 
pelo jornal "The New York Times". 

A agência também está sendo processada 
no Brasil, assim como a Santana Ecofish 
Safari, parceira que organizava passeios em Manaus. 

Segundo investigações da Polícia Federal, ao menos 15 meninas foram 
vítimas de estupros e aliciamento nas viagens promovidas pelo 
proprietário da agência norte-americana, Richard Schair. 

A empresa, segundo a investigação, utilizava iates luxuosos, camuflados 
de pesca esportiva para estrangeiros. 

"O pacote incluía o turismo sexual", afirma o superintendente da 
Polícia Federal no Amazonas, Sérgio Fontes. 

As meninas são da cidade de Autazes, a 118 km de Manaus, 
e eram aliciadas, segundo a polícia, para participar dos passeios 
pesqueiros. 

Além de Schair, são réus na ação penal José Lauro Rocha da Silva, 
proprietário da agência de turismo brasileira, Daniel Geraldo Lopes, 
Juscelino de Souza Motta e os irmãos Admilson Garcia da Silva e 
Adilson Garcia da Silva. 

O processo do caso está em segredo de Justiça no Brasil. 

Em seu site, o grupo norte-americano de ativismo feminino Equality Now 
afirma que o processo nos EUA foi aberto em junho por quatro 
meninas, todas de origem indígena, que dizem ter sido forçadas a se 
prostituir quando tinham menos de 18 anos --a mais jovem tinha 12 anos. 

A Equality Now afirma que elas alegam ter sido "vendidas como 
prostitutas". "No barco, teriam recebido bebida alcoólica e drogas 
e forçadas a praticar atos sexuais".
O grupo diz que é a primeira ação a usar a Lei de Proteção às 
Vítimas do Tráfico Humano para pedir compensação às supostas vítimas. 

OUTRO LADO
 
O proprietário da Wet-A-Line Tours, Richard Schair, nega as 
acusações, segundo o jornal "The New York Times", que 
publicou ontem reportagem sobre o caso. 

Schair negou envolvimento com a prostituição infantil nos 
depoimentos à Polícia Federal. A Folha não conseguiu localizar 
o empresário. 

A reportagem tentou contato com os advogados dos outros réus na 
ação brasileira --José Lauro Rocha da Silva, da agência Santana 
Ecofish Safari, Daniel Geraldo Lopes, Juscelino de Souza Motta e os 
irmãos Admilson Garcia da Silva e Adilson Garcia da Silva--, 
mas não teve sucesso até a conclusão desta edição. 

O empresário norte-americano tenta suspender temporariamente o 
processo que corre em seu país. 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br

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