quarta-feira, 20 de julho de 2011

Bahia debate tráfico e exploração de crianças e adolescentes




O tráfico de pessoas é uma das atividades criminosas que mais movimentam dinheiro no mundo, segundo dados da Organização Mundial do Trabalho (OIT). Para dar mais visibilidade ao tema, a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Estado (SJCDH), em parceria com o Comitê Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, realizou nesta terça (19/7) a 2ª Roda de Conversa sobre ‘Tráfico de Crianças e Adolescentes para fins de Exploração Sexual’.



O evento, realizado no Instituto Anísio Teixeira (IAT), na Paralela, e transmitido simultaneamente para 32 cidades do interior, discutiu sobre crianças e adolescentes que são atraídas e acabam se tornando vítimas do mercado do crime e das redes de exploração sexual. Durante o encontro foram abordadas as questões de atendimento às crianças, educação e combate à violência.



A baixa escolaridade, a falta de perspectivas e a degradação familiar são apontadas como os principais fatores que levam as crianças a se deixarem enganar por falsas promessas de trabalho e melhoria de vida longe de suas cidades. A superintendente de Promoção e Apoio aos Direitos Humanos (SUDH), Ivete Sacramento, chamou a atenção para a necessidade de um debate sobre o tráfico de pessoas que envolva toda a sociedade. “Esse evento traz perspectivas e conceitos que devem ser assimilados por todos nós”.



O coordenador do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente da Bahia (Cedec), Valdemar Oliveira, lembrou que tráfico de crianças é uma prática que deve ser associada a qualquer crime de violação de direitos humanos. Também defendeu a criação de um posto avançado para repressão desse tipo de crime nos aeroportos e estradas da Bahia.



Segundo Valdemar, as meninas negras e oriundas de famílias que convivem em situação de pobreza são as mais vulneráveis para os aliciadores. Outro ponto preocupante destacado é a conivência de familiares que, em alguns casos, não denunciam o crime porque a exploração das crianças é uma das poucas fontes de renda da família. Além disso, o coordenador ressaltou a necessidade de qualificar as crianças repatriadas do tráfico para que não voltem a ser vítimas da prática criminosa.



A coordenadora da área de Direitos Sexuais e Reprodutivos do Centro de Referência Integral de Adolescentes (Cria), Irene Piñeiro, falou sobre o trabalho artístico e cultural de prevenção ao tráfico de crianças e adolescentes desenvolvido pelo centro, que atualmente atende a 71 crianças em situação de risco social. Elas participam das atividades do grupo de teatro e poesia, com foco na formação cidadã das crianças. Uma pesquisa realizada pelo escritório das Nações Unidas aponta que 75% dos casos de tráfico de crianças são para exploração sexual.



Fonte: Secom Bahia.

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