ABANDONO
427 crianças estão em abrigos públicos no CE
públicos no CE
De acordo com especialistas, a maioria dos casos é cometida por mães usuárias de drogas
Engana-se quem pensa que o consumo de drogas afeta somente o usuário ou aqueles que estão ao seu redor. A situação atual é tão extrema, que até aqueles que acabaram de nascer são prejudicados. Afinal, como apontam os especialistas, a principal causa de abandono de bebês atualmente é a drogadição. Para se ter uma ideia, 427 crianças, até 12 anos de idade, estão vivendo em abrigos públicos ou conveniados ao Estado ou Município.
A situação, na maioria desses espaços, é de superlotação. Um exemplo é o Abrigo Tia Júlia, que recebe crianças de até 7 anos. Lá, são 75 vagas disponíveis, mas, hoje, residem 81 crianças que esperam por uma adoção ou pela reabilitação de pais ou mães que vivem no mundo das drogas.
"Antigamente, essa realidade era mais frequente, da mãe querer dar o bebê por não ter condições financeiras de criá-lo, mas, hoje, estamos vendo mais a questão das drogas", afirma a coordenadora do Serviço Social da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), Cristina Ferreira. De acordo com ela, o hospital recebe, pelo menos, uma gestante por semana com esse perfil. Muitas, adolescentes. Conforme Cristina, em média, seis bebês são abandonados, por ano, na unidade.
Segundo a diretora do Tia Júlia, Luíza Helena dos Santos Paiva, as crianças que chegam à unidade são abandonadas e negligenciadas pelos pais. Conforme ela, em sua maioria, são deixadas em hospitais, calçadas, ruas, terminais de ônibus ou sozinhas, em casa. "Após o parto, é comum o abandono dos bebês. Ou a mãe interna a criança no hospital por motivo de doença e não volta mais", descreve as situações mais comuns.
De acordo com Valdelice de Brito Qualiguaci, assistente social do Tia Júlia, das 81 crianças que moram na unidade, 29 foram encaminhadas porque viviam em situação de risco, 27 delas por negligência familiar e 25 por abandono.
Valdelice cita o caso mais recente, de uma menina, encontrada em 26 de junho passado, ainda com o cordão umbilical, num terreno baldio na Granja Portugal. "Ela tinha apenas um nome, que lhe foi dado pela diarista que a encontrou".
SUPERLOTAÇÃO
Multiplicar e regionalizar unidades são soluções
A assessora técnica da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), Rita de Cássia, explica que um dos motivos da superlotação dos abrigos é a crescente demanda vinda do Interior do Estado. Segundo ela, as dez unidades do Interior voltadas para abrigar adolescentes não absorvem a demanda.
Ela ressalta que o problema ainda não têm solução a curto prazo, mas acredita que a melhor proposta seria regionalizar as instituições e construir mais cinco casas abrigos na Capital e Interior do Estado.
Vínculos familiares
Ainda de acordo com Rita de Cássia, a necessidade da existência de abrigos municipais vem para evitar cortar completamente os vínculos familiares. "Se a criança ou o adolescente ainda tem família, mas por algum motivo não pode permanecer no seio dela, o trabalho de ressocialização deve ser realizado em conjunto e não a distância. Ela ou ele permanecendo no município, a situação seria bem diferente", diz.
KARLA CAMILAREPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste.
Engana-se quem pensa que o consumo de drogas afeta somente o usuário ou aqueles que estão ao seu redor. A situação atual é tão extrema, que até aqueles que acabaram de nascer são prejudicados. Afinal, como apontam os especialistas, a principal causa de abandono de bebês atualmente é a drogadição. Para se ter uma ideia, 427 crianças, até 12 anos de idade, estão vivendo em abrigos públicos ou conveniados ao Estado ou Município.
A situação, na maioria desses espaços, é de superlotação. Um exemplo é o Abrigo Tia Júlia, que recebe crianças de até 7 anos. Lá, são 75 vagas disponíveis, mas, hoje, residem 81 crianças que esperam por uma adoção ou pela reabilitação de pais ou mães que vivem no mundo das drogas.
"Antigamente, essa realidade era mais frequente, da mãe querer dar o bebê por não ter condições financeiras de criá-lo, mas, hoje, estamos vendo mais a questão das drogas", afirma a coordenadora do Serviço Social da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), Cristina Ferreira. De acordo com ela, o hospital recebe, pelo menos, uma gestante por semana com esse perfil. Muitas, adolescentes. Conforme Cristina, em média, seis bebês são abandonados, por ano, na unidade.
Segundo a diretora do Tia Júlia, Luíza Helena dos Santos Paiva, as crianças que chegam à unidade são abandonadas e negligenciadas pelos pais. Conforme ela, em sua maioria, são deixadas em hospitais, calçadas, ruas, terminais de ônibus ou sozinhas, em casa. "Após o parto, é comum o abandono dos bebês. Ou a mãe interna a criança no hospital por motivo de doença e não volta mais", descreve as situações mais comuns.
De acordo com Valdelice de Brito Qualiguaci, assistente social do Tia Júlia, das 81 crianças que moram na unidade, 29 foram encaminhadas porque viviam em situação de risco, 27 delas por negligência familiar e 25 por abandono.
Valdelice cita o caso mais recente, de uma menina, encontrada em 26 de junho passado, ainda com o cordão umbilical, num terreno baldio na Granja Portugal. "Ela tinha apenas um nome, que lhe foi dado pela diarista que a encontrou".
SUPERLOTAÇÃO
Multiplicar e regionalizar unidades são soluções
A assessora técnica da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), Rita de Cássia, explica que um dos motivos da superlotação dos abrigos é a crescente demanda vinda do Interior do Estado. Segundo ela, as dez unidades do Interior voltadas para abrigar adolescentes não absorvem a demanda.
Ela ressalta que o problema ainda não têm solução a curto prazo, mas acredita que a melhor proposta seria regionalizar as instituições e construir mais cinco casas abrigos na Capital e Interior do Estado.
Vínculos familiares
Ainda de acordo com Rita de Cássia, a necessidade da existência de abrigos municipais vem para evitar cortar completamente os vínculos familiares. "Se a criança ou o adolescente ainda tem família, mas por algum motivo não pode permanecer no seio dela, o trabalho de ressocialização deve ser realizado em conjunto e não a distância. Ela ou ele permanecendo no município, a situação seria bem diferente", diz.
KARLA CAMILAREPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste.
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