Volta às aulas com consciência








Nesse período de volta às aulas, chegou o momento dos pais e responsáveis se 
preocuparem com as enormes listas de material escolar. No entanto, é possível
 reduzir ou eliminar supérfluos, para aliviar o bolso e ajudar o meio 
ambiente, sem prejudicar o aprendizado. De acordo com a naturóloga 
Kátia leite, ao optar por produtos ecologicamente corretos, é preciso analisar 
a relação custo x benefício a longo prazo.
"Nem sempre o ecológico é mais barato, por isso é bom avaliar se aquele
caderno da moda, feito de papel reciclado, é mesmo sustentável. Será que
há realmente um projeto de sustentabilidade por trás do uso do reciclado
ou é apenas mais um produto sendo oferecido? O giz de cera de abelha,
 por exemplo, é bem mais caro que o convencional, mas tem uma
durabilidade muito superior e oferece cores muito mais bonitas e vibrantes.
 No entanto, a criança precisa entender que não comprará um novo conjunto
a cada ano e sim algumas cores novas, para aumentar seu conjunto",
esclarece a especialista.
Na hora de adquirir um novo material, aspectos como durabilidade,
simplicidade e praticidade podem fazer diferença no bolso. "Uma régua de
boa qualidade pode acompanhar a criança durante muitos anos, por exemplo.
No entanto, um fichário da moda pode ser pouco prático na manipulação diária.
Já um caderno de capa lisa elimina possíveis focos de distração para a criança,
 além de diminuir a competição entre os alunos ao disputar quem possui o
material mais caro ou chamativo", explica Kátia.
Outra atitude ecológica que pode ajudar a combater o desperdício de
material é o reaproveitamento. Uma boa ideia é promover feiras de trocas de
livros com responsáveis e crianças da escola. Dessa maneira, é possível doar
material para os pequenos de séries inferiores e conseguir livros com estudantes
de séries mais avançadas. Além disso, pais que possuem filhos em idades diferentes
podem reutilizar o uniforme escolar entre os irmãos.
Criança também participa
No entanto, é importante que a criança participe do planejamento econômico
 familiar. De acordo com a especialista, os pequenos devem ser convidados a
 participar do processo de escolha do material escolar, ajudando a comparar
preços, qualidade e adequação do produto. Esse tipo de atitude pode contribuir
para que os pequenos entendam o propósito da sustentabilidade. "Os filhos
 devem compreender que nem sempre aquilo que tem mais apelo comercial
será o melhor material de apoio para seu aprendizado. Entendendo e
participando do processo de escolha a criança ficará muito mais motivada", aposta.
No entanto, é preciso observar que cada faixa etária possui um nível de
 envolvimento diferente e adequado. Crianças de cinco ou seis anos
ainda não têm capacidade de entender os gastos da família e os rendimentos
 mensais dos pais. Mas um adolescente pode participar mais efetivamente
do orçamento familiar, inclusive fazendo sugestões de uso do dinheiro.
"Talvez os conceitos mais importantes para a compreensão da sustentabilidade
 por uma criança sejam os de necessidade e simplicidade. As coisas mais
importantes e prazerosas da vida são simples e não custam muito dinheiro.
 Se todos na família se empenharem nesse sentido, teremos as necessidades
básicas sendo supridas para todos de forma equilibrada", comemora Kátia.
Para a naturóloga, entender a necessidade da economia de recursos naturais é 
tão necessário quanto aprender a respeitar os mais velhos ou a dizer 
"por favor" e "obrigado". A especialista acredita que uma criança com
consciência ecológica se tornará um adulto mais maduro, mais preparado e 
mais necessário para a sociedade e o mercado de trabalho. "A ecologia 
é uma parte importante da educação das crianças e dos jovens de hoje. 
Por isso, é importante que a escola e os pais trabalhem em parceria, 
sempre visando o melhor para o aproveitamento dos alunos.
 É importante lembrar que o principal objetivo do material escolar 
é apoiar às tarefas pedagógicas, de aprendizagem e de rotina diária.
 É papel da escola explicar os reais critérios de escolha dos materiais e dos pais
 sugerir ações que simplifiquem e economizem o processo", ensina.