quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ANOMALIA RARA

Garoto hermafrodita precisa de apoio médico

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O hermafroditismo é uma anomalia genética rara, que atinge uma criança a cada 14.500 nascimentos de bebês
Sobral. Uma mãe, agricultora, moradora da Serra do Jordão, neste Município, vem enfrentando barreiras para efetivar uma cirurgia reparadora em seu filho M.S.S, de cinco anos, que nasceu com uma anomalia no aparelho reprodutor conhecida como hermafroditismo. A mãe, cuja identidade está sendo preservada, afirma que o caso do filho está sendo acompanhado por uma equipe do Programa Saúde da Família, e já viajou por diversas vezes para Fortaleza, com a esperança de realizar uma das operações. Trata-se da correção de epsipádia, que nesta fase resulta na obstrução do trato urinário aumentando o risco de infecções.

De acordo Antônia Pereira, que assiste a criança na creche José Adarias Vasconcelos, naquele distrito, o garoto, devido à ocorrência, tem dificuldade em avançar nos estudos. Aluno do 5º Ano Infantil, ainda não aprendeu a ler nem escrever. O garoto estuda no período da tarde e pela manhã retorna à creche onde tem aula de reforço. "Ele tem dificuldade em reconhecer as letras do alfabeto. O ano letivo está acabando e nós temos que fazer com que ele aprenda a ler o mais rápido possível", disse Antônia. Ela acrescenta que outra dificuldade em manter a criança no grupo é muito grande devido ao avanço da epsipádia. "Ele vive constantemente se urinando e o mau cheiro começa a incomodar os coleguinhas", revela. A situação é controlada com o uso de fraldas descartáveis.

A Medicina trata o caso como um problema de origem genética. São anomalias raras que tornam os genitais ambíguos e difíceis de serem diferenciados. A mais comum delas, que atinge uma criança a cada 14.500 nascimentos, faz as meninas apresentarem uma masculinização no genital interno. Nos meninos, não provoca alteração na genitália externa, mas pode adiantar o processo da puberdade. Apesar de os pais perceberem algo de estranho no bebê, é comum o diagnóstico ser feito tardiamente, devido à falta de experiência dos médicos com esse tipo de distúrbio. "A minha nora só notou algo estranho no meu neto quando chegou em casa", disse Francisca das Chagas Silva, avó do menino.

Na escola também o problema só foi descoberto quando as professoras precisaram fazer o asseio da criança. "Ele chegou aqui com três anos de idade, trazido pela mãe, que não falou nada sobre o seu filho",comentou Antonia Pereira.

Segundo uma das enfermeiras do posto de saúde da localidade de Jordão, o caso do menino tem todo acompanhamento do município e as cirurgias devem ser feitas no Hospital Infantil Albert Sabin, na Capital. "Eles alegam que falta vaga para internar o menino e iniciar as cirurgias. Acho que eles não estão dando a atenção devida", enfatiza a avó do garoto, ao mesmo tempo em que lamenta que o pai do seu neto seja alcoólatra e pouco tem ajudado a mãe no tratamento do filho, o segundo do casal.

Wilson GomesColaborador

Fonte: Diário do Nordeste.

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