quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

VEJA COMO EXPLICAR ÀS CRIANÇAS DEZ QUESTÕES COMPLICADAS, COMO PEDOFILIA, MORTE E DROGAS



Nem sempre a pergunta da criança é cabeluda, mas deixa os pais confusos sobre o que responder. 
Há temas complicados de abordar e até as escolas, muitas vezes, se equivocam ao tentar esclarecer dúvidas. 
Papos difíceis devem começar em casa. Às vezes, de acordo com a curiosidade da criança. 
Algumas situações exigem prevenção. Outras vezes é melhor esperar que a criança pergunte. 
“Época certa não há. As muito pequenas dificilmente entenderão determinados assuntos. Se surgir 
a curiosidade, explique de acordo com o entendimento dela –que varia conforme a idade”, diz a psicóloga 
e psicopedagoga Ana Cássia Maturano.
O mais importante é não fazer um discurso moralista, longo ou que desperte o preconceito nas crianças. 
Pais podem não perceber o quanto prejudicam os filhos ao transmitir julgamentos preconceituosos.
 E as respostas não devem ultrapassar o que as crianças querem saber. “A conversa deve ser clara, 
verdadeira e adaptada ao vocabulário infantil. E se os pais forem pegos de surpresa ou não souberem 
a resposta, podem dizer. Afinal, os adultos estão em constante aprendizado, também”, diz a psicóloga 
infantil Daniella Freixo de Faria.
Fazer rodeios, protelar ou ficar inseguro só prejudica. “Isso deixa o filho ainda mais curioso e sem 
informações úteis para que se desenvolvam satisfatoriamente", de acordo com a psicóloga clínica 
Patrícia Spada, pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

PEDOFILIA

Em conversas familiares, fale para as crianças não conversarem com estranhos e não deixarem que as 
toquem. “Embora a maioria dos aliciadores sejam conhecidos, devemos dizer para os filhos que eles 
podem contar tudo para os pais, sempre, mesmo que alguém diga o contrário”, afirma a psicóloga Ana 
Cássia Maturano. Para adolescentes, a conversa pode ser mais aberta e a internet mais vigiada. 
“Nesse caso, não espere o assunto surgir. Eles já saem sozinhos e nem todos que conhecem são 
conhecidos pelos pais. Mas a conversa deve ser tranquila e orientadora”, diz a psicóloga. “Uma criança 
que já falou com os pais sobre o assunto consegue identificar pedófilos e tem mais chances de se defender 
do que aquela que nunca teve espaço para o tema”, diz a psicóloga Patrícia Spada. A lição mais importante 
é: crianças que têm segurança de que podem contar tudo aos pais, sem temer uma represália, estarão 
muito mais seguras.

VIOLÊNCIA E ROUBO
Apesar de ser um assunto desagradável, é importante que a criança sabia que a violência existe. 
Para entrar no assunto, use as notícias que passam na televisão, mas, claro, não escolha as muito 
pesadas e não aterrorize a criança, como se ela fosse a próxima vítima. Use exemplos do noticiário 
para ensinar a criança a evitar que aquelas situações aconteçam, como não conversar com estranhos, 
não aceitar caronas em hipótese alguma, não fornecer dados pessoais e não reagir a um assalto. 
"Vivemos em uma época de extrema violência e é necessário estar a par da realidade para se proteger, 
na medida do possível”, diz a psicóloga Patrícia Spada.

DROGAS

O assunto está em todos os lugares: na TV, nas revistas, em rodas de amigos. Aproveite a curiosidade 
e as notícias para tocar no assunto e mostrar os malefícios do consumo de drogas. “Sem usar de um 
tom moral e repressor. Assim, quando a droga chegar mais perto dos seus filhos, eles terão a segurança 
de contar aos pais”, diz a psicóloga Ana Cássia Maturano. Muitas vezes, é preciso adaptar a linguagem. 
“Crianças adoram colocar objetos na boca. Neste momento, explique que há objetos e substâncias que 
não se deve experimentar, pois fazem muito mal. Cite exemplos concretos da rotina deles, como remédios, 
produtos de limpeza, comprimidos que parecem balinhas, bebidas alcoólicas”, diz a psicóloga Patrícia Spada.

SEXO

Responda apenas o que as crianças querem saber para matar a curiosidade sobre sexo, sem dar detalhes 
que não foram perguntados. E não inicie o assunto, para não correr o risco de erotizar a criança prematuramente.
 “Alguns, na intenção de dar uma explicação corretíssima, exageram na quantidade de informações. 
Há livros bem interessantes para as crianças. Mas nada de se antecipar. Elas devem dar o primeiro passo”, 
diz a psicóloga Ana Cássia Maturano. Ao usar o artifício dos livros, leia antes de dar às crianças. 
Nem tudo é adequado. Discursos moralistas também devem ser evitados. Sexo não é algo errado ou sujo. 
“De qualquer modo, é importante que os pais estejam disponíveis para discutir em casa. Um ambiente 
acolhedor gera autoconfiança e é um fator importante na prevenção de problemas", explica Patrícia Spada, 
psicóloga.

DEFICIÊNCIA FÍSICA
Para explicar que existem adultos e crianças com deficiências físicas ou mentais, o ideal é esperar a 
criança perguntar. Quando o assunto surgir, diga que é uma condição física ou psíquica da pessoa, 
mas que isso não a faz diferente das outras. Ensine, também, que essas pessoas, muitas vezes, 
precisam de colaboração, como ter a preferência em uma fila, por exemplo. "Nas conversas, é preciso 
ter consciência de suas crenças a respeito de tudo, pois são elas que serão transmitidas. Cuide dos seus 
pensamentos, pois, na hora de conversar, será do ponto de vista do adulto que a criança receberá as 
primeiras informações sobre temas tão importantes”, segundo Daniella Freixo de Faria, psicóloga.

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